Técnicas

1 de abril de 2019

Fossa séptica ajuda na preservação do meio ambiente

Quando se busca solução para o esgoto que corre a céu aberto o agente público pensa na coleta, destinação e tratamento dos efluentes que acabam sendo direcionados para complexas estações que farão o trabalho de limpeza dos dejetos. Os casos mais comuns no país são as chamadas fossas negras ou sumidouros que já se tornaram, em determinadas localidades, problemas ecológicos.

Parte da população que mora em condomínios, prédios ou conjuntos habitacionais estão se acostumando a procurar no mercado oferta de imóveis com o conceito de serem voltados para a preservação ambiental. Isto inclui na planta destes empreendimentos, como instrumento de marketing, a construção de pequenas estações de tratamento de esgoto que necessitam de operador e local disponível para a sua localização.

Como há uma mobilização das organizações não governamentais que atuam na área ambiental em promover a consciência ecológica, os cidadãos sentem-se movidos a tomarem parte nas soluções propostas. Daí surge o fato de se agregarem ações para cuidar do esgoto produzido pela comunidade e que passam pela discussão de melhoria dos processos hoje implantados.

Pensando nisso, o conceito de um sistema de tratar esgoto doméstico constituída de reator de fluxo ascendente seguido de filtros aeróbios, que asseguram eficiência satisfatória na remoção da carga poluidora com operação simples, eventual, de baixo custo e que atende moradores residentes em condomínios é a maneira encontrada para se produzir equipamentos eficientes e baratos.

O projeto desenvolvido de acordo com as normas

A estação foi projetada, totalmente anaeróbia, sem mecanização ou consumo de energia elétrica, como diferencial de mercado, o que justifica a opção por esta solução.

Desenvolvida de acordo com a NBR 7229/93 cujas especificações para tanques sépticos de uso doméstico, individuais ou coletivos, na faixa de, aproximadamente, 6 m3,os requisitos de estabilidade são, em geral, atendidos por construções em alvenaria de tijolo inteiro ou por concreto armado. A norma admite o uso de outros materiais e componentes utiliza componentes de poliéster armado com fibra de vidro.

Ao comparar o sistema aeróbio mecanizado com o anaeróbio simples observa-se que o segundo apresenta as seguintes vantagens: produz pouco lodo estabilizado, não necessitam de equipamentos eletromecânicos, requer construção e operação simplificada.

Já as estações anaeróbias não apresentam alta eficiência, mas produzem um efluente razoável, que pode mais facilmente ser encaminhado a um pós tratamento ou ao destino final. No caso da estação, qualquer que seja, apresenta caixa cloradora na saída. A vantagem no processo anaeróbio é a simplicidade operacional aliada aos baixos custos de construção, o que facilita a sua comercialização.

Situação no país

No Brasil há um número razoável de sistemas que são considerados robustos, resistem às variações do efluente e as cargas tóxicas sem prejuízo da atividade biológica. São adequados para tratamento de esgoto jovem, que chegam à unidade de tratamento com grande parcela de sólidos decantáveis, além dos inúmeros pequenos tanques sépticos que atendem residências ou conjunto de prédios, têm-se também, os modelos de câmara única, de câmara em série e de câmara sobreposta, que são funcionalmente muito diferentes.

O modelo de câmaras em série é muito adequado para climas quentes, com maior proveito da atividade biológica da primeira câmara. O decanto digestor pode anteceder variados tipos de unidades de tratamento de esgoto e é muito vantajoso quando associado às que removem matéria orgânica dissolvida. Contudo, para pós tratamento dos efluentes decanto digestores, o mais utilizado, no Brasil, é o filtro anaeróbio.

O sistema pode ser construido com o seguinte modelo: uma caixa gradeada, seguida de um reator de fluxo ascendente, incluindo disposição final para afluente e lodo conforme a NBR 13969 contendo material de enchimento, que forma um leito fixo, alimentado com esgoto. Na superfície do material de enchimento ocorre a fixação e o desenvolvimento de micro-organismos, que também se agrupam, na forma de flocos ou grânulos, nos interstícios deste material. O fluxo através do meio filtrante, e do lodo ativo, é que confere alta eficiência aos filtros anaeróbios.

Implantação do sistema de tratamento de esgoto

Os especialistas brasileiros em tratamento de esgotos consideram que o custo de implantação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) convencional com lodos ativados situa-se entre R$ 100,00 e R$ 180,00 por habitante. Um sistema anaeróbio seguido de filtro e caixa cloradora tem uma faixa usual de custo de implantação entre R$ 40,00 e R$ 60,00 por habitante atendido.

Na verdade, a grande vantagem dos destes sistemas, comparados com outras opções de tratamento de esgotos, está na construção simples, na operação facilitada e eventual e nos baixos custos. A extrema simplicidade da operação, aliado aos pequenos investimentos e a uma eficiência satisfatória é geralmente fator decisivo na escolha do equipamento para aplicação no tratamento de esgotos. É que a operação facilitada e vantajosa garante a sustentabilidade do sistema em relação a eficiência projetada.

Marco Antonio Furlanetto


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